sábado, 26 de junho de 2010

Minas Gerais

“Oh, Minas Gerais,
quem te conhece não esquece jamais.”


Gostaria muito de poder encontrar palavras para poder dizer do orgulho que sinto de ser mineiro. Meus pais não poderiam me dar um presente melhor. Se existir uma outra vida, quero nascer mineiro de novo. Mas tem uma coisa melhor que eu gosto mais do que ser mineiro: é namorar as mineiras. "Minas Gerais é muitas", como disse Guimarães Rosa. É fogão de lenha e comida preparada na panela de pedra sabão; é turmalina e esmeralda; é tropa de burro e rios indolentes chorando a caminho do mar; é sino de igreja e tropeiros mourejando gado sob a tarde incendiada pelo hálito da noite. Minas é Mantiqueira e serrado, é Aleijadinho e Amílcar de Castro, é Drummond e Milton Nascimento, é pão de queijo e broa de fubá. Minas é uma mulher de ancas firmes e seios fartos, sensual nas curvas, dócil no trato, barroca no estilo e envolta em brocados, ostentando camafeus. Minas é saborosamente mágica. http://www.ninha.website.nom.br/a_minha_cidade/xistes/freibeto_ser/freibeto_ser.htm

Ouça o Hino de Minas Gerais

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Religiosidade

Festa do Rosário 2009
Chácara - Paula Cândido-MG
Foto de João Eliseu Vieira

Alguns falam “Reinado” ou “Reisado”, outros “Congado”, algumas correntes gostam de defini-los “folclore”, mas o que caracteriza essa tradição é o amor e devoção a uma prática de crenças religiosas e culturais que somam na história e identidade de nosso país. A cultura dos negros e a dos brancos mesclando contrastes e criando sintonias, definiu segmentos de uma fé que contagia as pessoas há muitas gerações. Um dos pontos mais marcantes das cidades mineiras é a religiosidade, e Itaúna em especial, é palco de grandes manifestações de fé.

“Um abraço negro, um sorriso negro, traz felicidade” (cantiga dos negros)

A história conta que a origem do congado se deu na mistura de crenças religiosas dos portugueses e dos negros africanos que vieram para o Brasil, a mistura do catolicismo de Portugal com Nossa Senhora do Rosário somado aos elementos culturais dos negros. A necessidade de conviver com suas convicções fez com que o negro mineiro formalizasse sua cultura através desse modelo cristão.

Uma curiosidade:
Foto de João Eliseu Vieira
Jubileu de São José - Padroeiro da Cidade - 2010
Em nossa cidade se encontra o padre de maior idade e ainda em plena atividade. É o Monsenhor Licínio Fernandes de Oliveira. Sabe quantos anos ele tem? Tudo bem, eu digo! Tem 98 anos de idade e mais de 70 anos de sacerdócio. Batizou a maioria dos paulacandidenses.


Cidades Históricas de Minas

Do alto, parecem maquetes de construções do século XVIII. De perto, as cidades históricas de Minas Gerais revelam relíquias do nosso passado histórico. O roteiro é longo, mas a cada mergulho nos campos, montanhas, museus e igrejas, você é brindado com o suntuoso reflexo da riqueza inconfidente.

Ouro Preto, Sabará, Mariana, Congonhas, São João Del Rei, Caeté e Tiradentes são cidades marcadas pelo Ciclo do Ouro e pelo barroco mineiro. Em cada uma, a história se liberta da cor sépia dos antigos livros, documentos e manuscritos para ganhar colorido, forma e interpretação. Neste pedaço de terra, após três séculos de exploração mineral, continua preservado o mais rico patrimônio histórico do Brasil.

Para começo de conversa, apresentamos Mariana, a primeira capital de Minas. A cidade expõe com orgulho o casario, as igrejas, museus e ateliês, que são a evidência do valor artístico da arquitetura colonial brasileira. Mariana sediava a capitania portuguesa e irradiava o poderio de Lisboa. E que tal um museu barroco a céu aberto? São João Del Rei e Tiradentes abraçam o passado construído em ouro, lapidando relíquias preservadas em antiquários, casarões e imponentes museus cercados de árvores centenárias.
O verde emoldura as cidades como um quadro antigo, mas que não precisa de restauração. Próximo a cada uma, existem florestas, lagos, cachoeiras ou parques à sua espera, para que o seu tour histórico refresque não só a sua memória, mas as horas onde tudo o que você precisa é de uma caminhada ou de um mergulho relaxante.

Com 20 km de distância de Belo Horizonte está Sabará. A cidade conserva a magnitude das construções do século XVIII. Mas, o que se observa por aqui são pequenas influências dos chineses em alguns monumentos. Nesse trecho do roteiro você vai encontrar o casamento das linhas coloniais com o traço oriental, como a Igreja do Ó.

O exotismo impera na riqueza da época e também faz parte da fé e da arte da era do ouro na cidade de Caeté. A imperdível visão panorâmica da Serra da Piedade espalha o horizonte através das Minas, além das Gerais.
O escritor Guimarães Rosa dizia que "Minas, são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais". O desbunde explícito das cidades históricas no maior Estado do Sudeste brasileiro leva ao delírio milhões de visitantes de todo o planeta. Aqui, o sabor da cozinha mineira derrama no Ouro Preto, amarelo e verde, temperando a história com as cores da bandeira de um país, que apesar de recente, preserva o passado que o mundo inteiro vem aplaudir.

Detalhes em:

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Idioma Mineireis

Asturdia mêmu iscutei mamãe gritá:
- Meo fiiu, cê sabi ondé cugatutá
- Tá lá imbadacama, uai - arrespundi nu átu.
Baum, mió dizê qui tá lá duquê contá qui eu cá prindi êli dendufornu, né!?!
É quele tava dendapia, istraganu minha iscodidente adespoi di comê um kidicarni queu cá comprei sapassadu. I êli tamém bebeu um lidileiti diuma só vêiz. Nem deu dor di barriga, sô! Oiprocevê!
Mamãe gosta inté dimai dess bichanu. Porissu inda num cabei quêli. Mamãe caba cum ieu si fizé issu. Nossinhora!
Passei mastumati nêli prassustá mamãe i quais murri. Éla bateu nimim cum pau di macarrão sem dó, viu!?
Arresorvi foi tumá um picumel. Peguei meu guarda-soir qui tava tradaporta, ponhei chapéu na pioienta e fuimbora. Papai gritô:
- Oncevai muleki?!
I ieu cá falei:
- Ah, ieu cá num seiiu nem oncotô nem proncovô. Onquié o buteku du zé orêia?!
- Uai, é logu alí, mai praquê cequé sabê?
- Vô bebê inté caí.
Papai num ligô munto naum, mai cuandu vortei iscutei mamãe falá ansim:
- Tissudaí, mininu! Vai istragá meu vidiperfum!
É queutava taum maluku qui quiria bebê carqué coisa. Foi dai quela assuntô cumé côtava e pensô impassá um móca margosu preu. Papai viu o café fraquim e falou:
- Ih, pópôpó! pópômaipó, uai!
I foi só assim mêmu preu podê miorá daquela zonzera...
Eita nói, heim!?

João Eliseu Vieira - Estudante de Letras da UFV
Com base em:
http://presepada.org/dicionario-de-mineires-mineiro-expressoes-mineiras

Cantores Mineiros













Beto Guedes
Alberto de Castro Guedes nasceu em Montes Claros no dia 13 de agosto de 1951.
Alexandre Pires
Alexandre Pires nasceu em Araguari no dia 8 de janeiro de 1976
João Bosco
João Bosco de Freitas Mucci nasceu em Ponte Nova no dia 13 de julho de 1946
Wilson Sideral
Wilson Sideral nasceu em Alfenas no dia 05 de maio de 1975
Skank
Samuel Rosa de Alvarenga nasceu em Belo horizonte no dia 15 de julho de 1966
Paula Fernandes
Paula Fernandes nasceu em Sete Lagoas no dia 25 de agosto de 1983
Martinha
Martha Vieira Figueiredo Cunha nasceu em Belo Horizonte no dia 30 de julho de 1949
Ana Carolina
Ana Carolina Souza nasceu em Juiz de Fora no dia 9 de setembro de 1974
Nalva Aguiar
Nalva de Fátima Aguiar nasceu em Tupaciguara no dia 9 de outubro de 1945
Wanderléia
Wanderléa Charlup Boere Salim nasceu em Governador Valadares no dia 5 de junho de 1946
Estes são apenas alguns dos nomes da boa música mineira.
Disponível em:

terça-feira, 22 de junho de 2010

Carlos Drummond de Andrade Grande nome.

No meio do caminho tinha uma pedra
Drummond
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de inhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do Caminho tinha uma pedra

Ser Mineiro
Drummond
Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o vai fazer,
é fingir que não sabe aquilo que sabe,
é falar pouco e escutar muito,
é passar por bobo e ser inteligente,
é vender queijos e possuir bancos.
Um bom Mineiro não laça boi com imbira,
não dá rasteira no vento,
não pisa no escuro,
não anda no molhado,
não estica conversa com estranho,
só acredita na fumaça quando vê o fogo,
só arrisca quando tem certeza,
não troca um pássaro na mão por dois voando.
Se r Mineiro é dizer "uai", é ser diferente,
é ter marca registrada,
é ter história.
Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza,
humildade e modéstia,
coragem e bravura,
fidalguia e elegância.
Ser Mineiro é ver o nascer do Sol
e o brilhar da Lua,
é ouvir o canto dos pássaros
e o mugir do gado,
é sentir o despertar do tempo
e o amanhecer da vida.
Ser Mineiro é ser religioso e conservador,
é cultivar as letras e artes,
é ser poeta e literato,
é gostar de política e amar a liberdade,
é viver nas montanhas,
é ter vida interior,
é ser gente.

Ó, MINAS GERAIS!
Paulo Gondim
As montanhas sinuosas
Cortam o horizonte,
Num Belo Horizonte
De cores naturais
De águas cristalinas
Dos olhos das meninas
Das Minas Gerais
Terra de ouro, de esmeraldas
Terra das riquezas
De encantos, de belezas
De sua antiga história
De gente tão hospitaleira
Essa gente bem brasileira
De rica e fina memória
Minas de mil poetas
De revolucionários
De casarões centenários
“Quem te vê não te esquece jamais”
Quem te visita se apaixona
Quem nasce aqui não te abandona
E Canta: “Ó, minas gerais!”

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Dedicado ao Poeta Mineiro, Frederico Salvo

Lendas de Minas Gerais

Mulher de Duas Cores - É uma assombração que aparece de dia, na luz do sol, nas estradas de Minas Gerais, fronteira com São Paulo, ou dentro das pequenas matas. Veste roupa de duas cores, branco-preto, azul-encarnado, azul-amarelo,...., e não fala, não canta, não resmunga. Limita-se a atravessar caminho, com passo surdo e leve, pisando sem usar o calcanhar, silenciosa, sem olhar para os lados nem para ninguém.

Onça Borges - Onça fantástica de uma zona mineira do rio São Francisco, alargando a área de presença até a região das fazendas de criar.

Conta-se ter sido uma transformação do misterioso vaqueiro Ventura, não mais voltando a forma anterior pela covardia do companheiro, que não teve coragem de colocar na boca da onça um molho de folhas verdes, indispensável para o retorno ao humano. A onça Borges se tornou a mais violenta e afoita das onças e deu trabalho heróico para matá-la. Reaparece, às vezes, continuando as estripulias contra o gado miúdo e graúdo.

Onça Cabocla - Monstro encantado, que se metamorfoseia em gente, ou melhor, em velha tapuia. Alimenta-se de pessoas, tendo preferência pelo fígado e pelo sangue das vítimas; folclore norte-mineiro do vale do São Francisca.

Dentre as três lendas citadas
daremos atenção
à da Mulher de Duas Cores

No século dezenove, na época da escravidão, havia uma fazenda na fronteira de Minas Gerais com São Paulo onde morava um viúvo fazendeiro chamado Ernesto, que tinha uma filha loira com o nome de Cláudia.
Certo dia, a filha do fazendeiro se apaixonou por um escravo e este casal passou a se encontrar escondido. Porém, Ernesto descobriu sobre o namoro de Cláudia, a proibiu de se encontrar com o escravo e ameaçou vender o seu amado.

A moça confessou estar grávida e fugiu com o seu amado para um quilombo. A mãe do escravo ao saber desta história fez um ritual de candomblé para que a criança não nascesse.
Já, o fazendeiro ao saber de tudo isto, encomendou os trabalhos de uma feiticeira européia para que, também, o bebê não viesse ao mundo.

Alguns meses se passaram e Cláudia deu a luz a uma menina de duas cores: metade do corpo da criança era negro e outra parte era branca. Esta criança foi batizada com o nome de Branca Morena.
O povo do quilombo costumava costurar roupas diferentes para esta menina: seus vestidos sempre tinham duas cores: preto e branco; vermelho e azul; verde e rosa; etc. O tempo passou, a princesa Isabel assinou a abolição dos escravos. Mas este casal, com medo que sua criança sofresse, nas mãos dos preconceituosos, decidiu não sair do quilombo.

Porém, ao completar quinze anos de idade, Branca Morena fugiu do quilombo e chegou de noite a uma cidade.
Esta moça entrou dentro de uma casa sem bater , porém tropeçou num vaso e fez barulho . Desta maneira, uma das moradoras deu de cara com ela e se assustou soltando um grito.

Então, as outras pessoas da casa acordaram e se espantaram com a aparência de Branca Morena. Assim, o integrante mais velho, pensando em se tratar de uma assombração diabólica, amarrou a moça, colocou – a num saco e matou a pobre, com um tiro, numa das estradas de Minas Gerais que fazia fronteira com São Paulo.
Diz a lenda que seu fantasma ainda anda por aquela estrada , assustando os caminhoneiros e os condutores dos demais veículos . Até hoje, ela caminha com pressa, quase correndo só até os meios pés , sem botar o calcanhar no chão .

Luciana do Rocio Mallon